Berna – Chove chuva, chove sem parar

Pensei um pouco antes de escrever sobre Berna. Passamos no máximo umas duas horas na cidade, no nosso caminho para Genebra. A mesma chuva chata que nos pegou em Interlaken foi acompanhando durante a viagem. Quando paramos na capital Suíça, o tempo não ajudava.

Berna é uma cidade bonita. A parte histórica do Centro é legal e as pontes altas que cortam a cidade dão um charme. Só que não fizemos nenhum passeio digno de registro, a não ser uma visita dentro do Parlamento Suíço, para fugir da chuva. Foi um desespero da minha esposa, que estava indignada com esses passeios “políticos”. E cá entre nós que ouvir debate em alemão não é mesmo um programa para se fazer.

Vou deixar umas fotos aí só para registro. Aqui não vai ter muita coisa legal sobre Berna para relatar por causa da chuva…


Depois montamos no nosso Nissan Quasqai e fomos para Genebra. Até lá.

Interlaken – De como não subimos no Top Of Europe

Machado de Assis, nas Memórias Póstumas de Brás Cubas, dedicou, a um capítulo, o título “De como não fui Ministro D’Estado”. E o deixou em branco.

Até tinha pensado em fazer a mesma coisa aqui, mas achei que o caráter literário daquela obra não caberia num blog de viagens. Iam dizer que eu era maluco.

Nossa passagem pela Suíça teve quatro destinos. De dois eu já falei (St. Moritz e Zurique). O terceiro foi Interlaken, ponto de parada para subir ao Top of Europe, que é a montanha mais alta do continente. A Jungfraujoch virou um parque de diversões no gelo, com diversas atividades lá em cima. A principal delas, por óbvio, é a visão panorâmica dos Alpes.

Interlaken

É uma charmosíssima cidade Suíça localizada no cantão de Berna (ainda alemão, portanto) com população fixa de 5300 habitantes. Interlaken significa entre os lagos e é justamente isso que ela é. Uma cidade entre os lagos de Thun e Birenz.

Uma coisa interessante que notamos na Suíça é que tem muita gente que fala português por lá. Não brasileiros, mas portugueses. Em St. Moritz, como já relatei, o nosso garçom era da terrinha. Em Interlaken não encontramos, mas segundo a wikipedia e um censo realizado por lá, quase 4% da população do local fala a nossa língua.

Diferentemente de St. Moritz, que era uma cidade fantasma no verão, isso não ocorre com Interlaken. Por causa do JungFrau muitos turistas procuram a cidade em todas as estações do ano, o que sempre dá movimento. A cidade é muito limpa, charmosa, bela e bem cuidada. Fotos de porta retrato. Quem conhece Gramado ou Campos do Jordão pode tirar uma base.

Existe uma avenida que corta a cidade de leste a oeste. E umas duas ou três ruas para cada lado dessa avenida. A estação onde se embarca para o Jungfrau é a Interlaken Ost (Leste) mas a maior parte dos hoteis fica na West (Oeste). Elas distam mais ou menos 1,5km e são servidas por ônibus que fazem o trajeto em 5 minutos. Os trens também sempre param nas duas.

Nesta avenida existem lojas e restaurantes, um belíssimo hotel e praças e mais praças verdes e belas. O rio que liga os lagos de um azul fantástico também dá as caras por ali. Vamos dar uns rolês por fotos:

Esta última foto é da região da Interlaken Ost

Grindelwald e Lauterbrunnen

Bom, o top of Europe (aquele que não fizemos, não rolou no nosso primeiro dia). Como estávamos de carro e um dos passeios que faríamos subindo seria parar nos vilarejos alpinos, decidimos pegar o nosso carro alugado e ir até lá. Uma chuva super chata nos acompanhou o tempo todo e diminuiu nossa paciência para passear. Ainda assim fizemos fotos:

Grindelwald tem 4.166 habitantes e Lauterbrunnen 3.288. São típicos vilarejos alpinos suíços, muito organizados e bonitos. Esses dois, no passeio completo do Jungfrau, são paradas obrigatórias. Dá prá ir de carro até eles (existem estacionamentos enormes próximos às estações de trem de ambas cidades) mas não compensa. A subida ao topo pode ser feita por uma cidade e a descida por outra, tornando o passeio mais aprazível. Deixar o carro lá necessariamente faria o caminho ser o mesmo e faria o viajante não conhecer uma das duas.

São cidades pequenas, com lojas voltadas para turistas. As casas são espaçadas e existem criações de vacas, etc. A vida parece bem pacata e calma.

Vão umas fotinhas: primeiro de Grindelwald

Um dos estacionamentos, acima

E Lauterbrunnen

Trem, no caminho

Fiquei com a sensação de que Lauterbrunnen é mais bonitinha do que Grindelwald. Mas essa percepção pode estar viciada, já que em uma delas estava chovendo uma chata garoa fina e na outra não. Enfim, vale conhecer as duas se for possível.

O Top of Europe

Bom, não posso reclamar da sorte. Tivemos uma sorte enorme em St. Moritz, quando vimos neve pela janela, uma boa vista panorâmica do alto do hotel e muitas fotos de montanha. Em Interlaken, contudo, essa mesma sorte não nos sorriu. Acordamos no dia seguinte tentando mais uma chance de subir e não teve jeito. O nosso hotel, o Alphorn, tem uma câmera lá no restaurante que fica no topo do Jungfrau. A visibilidade era péssima, a chuva, intensa. O passeio custa mais de R$ 400 (200 Fr. mais ou menos) por pessoa. Subir para não ver nada é uma situação impensável. Desistimos da ideia e optamos por tomar o caminho para Berna (que não estava nos planos) e de lá para Genebra.

Para o leitor que quiser conhecer o circuito do Top of Europe é circular. É um passeio de trem de umas duas horas que te leva a um parque nas alturas. Não compensa subir se a visibilidade for baixa. Para informações mais práticas, o fantástico Ricardo Freire no seu Viajenaviagem teve mais sorte que eu.

Seguimos para Berna após uma aprazível estada em Interlaken, com muito chocolate suíço, fondue e lindas fotos…

Vaticano – Os templos, museus, filas e a capela sistina

Por um lapso, um erro, um equívoco mesmo, este blogueiro saiu de Roma para Veneza e começou a Suíça sem passar pelo Vaticano. Um pecado, né não?

E o pior é que fomos duas vezes lá, já que a audiência papal era obrigatória e só ocorria às quarta-feiras. A questão é que eu já tinha marcado de ir aos museus na segunda, então…

E posso dizer que nem fiquei chateado por ir duas vezes ao Vaticano não. Pelo contrário. Vamos começar o passeio?

Em ordem cronológica, minha sugestão para visitar o reino do Papa é começar pelo museu do Vaticano na hora em que abrir, 9 da manhã. De lá, siga para a Basílica de São Pedro. E se puder, faça o Scavi Tour, para descobrir escavações feitas pelo Papa Pio XII que teriam encontrado o túmulo de São Pedro. Vou explicar um pouco sobre isso mais tarde.

E por que começar pelo museu?

Ora, porque é a atração mais visitada. Nem Torre Eiffel, Parlamento Inglês, Museu do Louvre, etc., que são atrações mundialmente famosas e visitadas têm uma fila tão insana quanto o museu do vaticano. É a pior fila que eu já vi na minha vida.

E justamente por isso comprar pela internet é FUNDAMENTAL (olha o link para o museu ali, ó). Não seja louco de chegar lá na porta sem ingresso para encarar a fila. O passeio pelo museu, que tomaria uma manhã de alguém medianamente interessado em história e um dia inteiro de alguém que goste do tema, se tornaria um martírio sem fim. Se você gosta ou não de história vai perder umas duas horas só para conseguir entrar.  Enfim, é um mico total. Compre isso pela internet, imprima o voucher e entre DIRETO, sem fila nem nada. É fantástico.

Corredor de entrada do museu

Engana-se quem pensa (eu mesmo) que lá só tem arte sacra e coisas ligadas à Igreja Católica. Tem muito disso, mas não só. Diria até que é um dos maiores depósitos de história da humanidade. Lá tem de tudo, de arte egípcia, sarcófagos, pinturas sacras e não sacras, objetos papais e objetos de época. Há pinturas que datam do século VIII, por exemplo.

Vamos passear pelas fotos lá de dentro:

Capela Sistina

Ah, e cadê a capela sistina, o leitor mais aguçado poderia perguntar?

Bom, são famosos os “shhhhhhhh” e “no photos” ditos pelos seguranças que ficam lá dentro. Assim, respeitando o lugar, optamos por não infringir as regras e tirar fotos escondidas.

Interessante é que, num museu daquele tamanho, uma pequena capela seja o local mais visitado. A minha dica aqui é vá direto para a capela na hora em que entrar. Se você seguiu meu conselho, comprou ingresso pela internet e marcou o primeiro horário, vai entrar às 9:00hs. E nesse horário a capela ainda não vai estar lotadíssima, apenas lotada. Vai dar tempo de se sentar em algum banco e ficar olhando para cima embasbacado, tentando entender como um gênio fez um trabalho tão magnifício daquele.

Vá pelo caminho mais curto (há placas em todo lugar) que será mais agradável. Passamos por ela duas vezes e na segunda o caminho foi muito mais complicado, difícil, longo e cansativo. A primeira ida foi melhor, pois fomos direto.

Basílica de São Pedro

Esse é o marco da igreja católica, o templo dedicado àquele responsável pela fundação da igreja de Cristo, o glorioso São Pedro.

Pois bem, é uma igrejona imensa, com muitos pequenos espaços dedicados aos mais diversos santos da igreja. Muito suntuosa, bonita e bem cuidada. Não custa nada para entrar. Lá embaixo estão enterrados muitos dos papas (a maioria, apenas uns dois ou três não estão) e seus túmulos podem ser visitados (mas não faça isso se você pretender fazer o Scavi Tour, que explico logo abaixo).

Vamos passear pela basílica?

Olha o São Pedro aí

A Pietá, com uma porta de vidro à frente

Quem tiver a possibilidade de visitar, verá como o lugar é cheio de gente e a dificuldade de se tirar fotos sem aquela cambada de pessoas juntas…

Há uma fila (imensa) para o mirante da basílica, que fica acima dela. Não encaramos a fila, já que preferimos passear pela parte debaixo dela…

O Scavi Tour

O amigo e a amiga que não são católicos ou cristãos podem achar isso uma bobagem. Eu, mesmo com toda a minha não mística, achei fantástico. Indendentemente da sua religião, vale a pena fazer o passeio. Clique no link que ele te redireciona para o site específico. Para quem tem preguiça de ler, é só mandar um e-mail para scavi@fsp.va, informando o número de pessoas, seus nomes, a língua de preferência (tem em português) e dados para contato (email e telefone). Depois eles te mandam um e-mail com um link em que você efetua o pagamento. Até o fim de 2012 é EUR 12 por pessoa). Em 2013, passará a custar (EUR 13). Sempre consulte o site para ter certeza.

O que é?

É um passeio por debaixo da atual basílica de São Pedro, mostrando escavações que foram feitas pelo Papa Pio XII, buscando encontrar o túmulo de São Pedro. Já te adianto que ele encontrou. Não podemos tirar fotos de nada.

Começamos o Tour no portão na Via Paulo VI. Saia da Praça de São Pedro pela esquerda (de frente para a basílica, à esquerda). Logo ali já verá um portão e guardas. É fácil de achar.

Chegue 10 minutos antes para procedimentos de segurança. Como tudo no Vaticano, use roupas adequadas (nada de blusa decotada, saia curta, bermudona, essas coisas).

Fizemos nosso Tour com um padre brasileiro muito educado e ótimo guia. Tivemos explicações detalhadas de cada lugar e como foram feitas as escavações. Para se ter uma ideia, embaixo da basílica era um cemitério romando e vemos todas as tumbas (com identificações de nomes) ali. Vale muito pela história de Roma e da própria igreja. Conhecemos a basílica anterior e a demonstração, pela própria igreja, do local onde seria o túmulo de São Pedro. Não é muito nítido e guarda certo misticismo (parte do pacote da igreja) mas vale a pena.

O final do tour é o local onde os papas estão enterrados (por isso disse para você não ir lá enquanto estivesse visitando a basílica).

Eu, que não sou religioso nem nada, recomendo o tour fortemente.

Audiência papal

Nosso querido papa Bento XVI, duas vezes por semana (normalmente quartas e domingos, mas cheque aqui para ter certeza), realiza aparições públicas. Às quartas, ele faz a audiência geral e aos domingos a bênção.

Na audiência o papa dá uma geral das atividades que ele realizou na semana e faz bênçãos em diversas línguas (português inclusive). Ele passeia com seu papamóvel pelos lados da multidão.

Vale muito a pena ir. São colocadas cadeiras na parte de fora da basílica onde nos sentamos. É muito calor, muito quente mesmo (se você for na primavera/verão, leve um chapéu). Para ficar ali não se paga nada, só é necessário passar um fax (isso mesmo, moçada, um FAX) para 39 06 6988 5863 com os dados. Segue aqui o link para pegar o formulário e mandar (em português)

Fotos externas e da audiência

Separe uma manhã para passar com o papa.