Vamos à Veneza?

Ma che piu bella città è Venezia! Ainda bem que inventaram o google translator para que a gente possa dizer o quão bela é a cidade de Veneza em italiano!

Seria difícil não se apaixonar por Veneza. No dia em que escolhemos visitá-la, já sabíamos que seria um ponto de contemplação da viagem. Um lugar para ficar parado e olhando, admirando uma das cidades mais sui gêneres do planeta. Sim, esse título, tem que ser de Veneza.

Em primeiro lugar porque em qual outra cidade você se locomoveria por barcos e gôndolas? Não há carros em Veneza. Ou se anda a pé, de gôndola ou de Vaporetto pelos canais maiores. Pelos menores, só de gôndola mesmo…

E o que tem em Veneza que nos apaixona tanto? Quando fomos ao Louvre (e haverá um post de Paris aqui) vimos um quadro da cidade, pintado nos anos 1600. E pudemos dizer que, salvo uma ou outra pequena alteração, a cidade permanece muito parecida com o que era na época. Fato é que se volta no tempo quando se visita Veneza: ao tempo medieval.

O barco acima é o Américo Vespúcio, uma imitação de caravela usada pelo famoso navegador…

A chegada em Veneza pode ser efetuada por dois caminhos: o primeiro e menos recomendável (que nós tomamos) é o aeroporto internacional Marco Polo. Não fica propriamente em Veneza, mas sim a mais de uma hora de barco (Alilaguna). Além de demorada, essa é a maneira mais cara de se atingir o centro histórico; o segundo (e mais recomendável) é pegar um trem até a estação Santa Lucia (que está em Veneza, não confundir com Mestre, que não está) e descer ali. Desta estação já se está no Grand Canal e se chega, em pouco menos de 20 minutos, à praça San Marco, centro de referência da cidade. Vindo de Roma, um trem bala te deixa em Veneza em 3 horas. Se fosse hoje, eu faria isso…

Onde ficar?

Esta talvez seja a maior dúvida do viajante à Veneza. Pois bem, minha opinião é a que deve se ficar em Veneza, no centro histórico, para se vivenciar o dia todo na cidade. Mas é fato que muitas pessoas se hospedam em Mestre, que fica a uns 30 minutos de Veneza, por questões de custos. Além disso, a cidade fica muito cheia durante o dia, com visitantes que provavelmente fazem bate-volta para lá e se vão pela noite. Veneza fecha às 22:00hs. Não há o que se fazer de noite por lá.

Nós ficamos no charmosíssimo Residenza de L’ Osmarim, que fica na Fondamenta de los Marin, ao lado de um dos canais e a 200 metros da Praça San Marco. Não consigo imaginar lugar melhor para se ficar em Veneza, seja pela localização, pelo estética e pela hospitalidade dos donos…

Nosso café da manhã

Como disse acima, se a ideia for visitar Veneza em apenas um dia (factível, mas não recomendável) os custos podem ser reduzidos ficando-se em Mestre, para de lá seguir a viagem. Mas eu não troco acordar ao lado de um canal por um passeio super convencional de ônibus…

Tá vendo essa plaquinha aí em cima? Prepare-se para encontrar muitas delas pela cidade. Agora é a hora de passear pela Veneza propriamente dita…

Comecemos por San Marco

Essa é a região da Basílica de mesmo nome, praça patrimônio mundial da Unesco e onde fica, também, o palácio dos Doges. Doges eram os líderes de Veneza, da época em que a cidade, importantíssimo entreposto comercial, exercia influência sobre todo o mundo. Manja aquele papo de comércio com o Oriente? É disso que estamos falando…

A cidade viveu períodos riquíssimos até a queda de Constantinopla, em 1453. A partir dali vieram as vacas magras, com a descoberta do caminho das Índias por outros navegadores. Isso tudo é muito interessante, mas vamos passear por lá, né?

Aqui temos visões de terra e do mar. É uma praça muito bonita, feita com muita pompa e circusntância, local de maior aglomeração de pessoas em Veneza. Existem muitos restaurantes por ali (caros) que te servem com vista da Basílica e das águas da lagoa de Veneza (parte do mar adriático onde fica a Basílica). Existem os famosos pombos, por todo lado. Ali também está o palácio dos Doges, que circunda toda a praça. Hoje existem exposições por ali e algumas lojas na parte debaixo. Toda a arquitetura é fantástica.

Palácio dos Doges

Restaurantes de dia

E de noite…

Ali é onde rolam todos os eventos de Veneza. É o coração da cidade. Vale a pena dar uma almoçada por ali (nem que seja um pão com queijo). Os fiscais da prefeitura implicam muito e não te deixam sentar em qualquer lugar. Mas sempre dá prá arrumar um banco. Ah, e dizem que é proibido fazer piquenique, mas todo mundo fazia e ninguém dizia nada!

Per Rialto

Esta outra simpática plaquinha aí te indica mais um dos caminhos de Veneza. Rialto é uma ponte que fica no Grand Canal. Para fins de localização, o Grand Canal corta Veneza mais ou menos ao meio. Dos outros lados, temos a lagoa do mar adriático. Pense como uma ilha com um rio que corta a parte de terra no meio. Esse é o Grand Canal.

Essa é a região mais comercial de Veneza. Ali existem lojas de todos os gostos e tipos, mas todas com alto preço. Há uma loja da Ferrari, com um carro montado lá dentro! E isso que as ruas são extremamente estreitas (o transporte dentro da cidade é feito por gôndolas e carrinhos) e com inúmeras pontes. Não sei como montaram esse carro.

Tá aí uma foto da ponte:

Vista da ponte, vindo pelo Grand Canal.

Vale a pena fazer um passeio de vaporetto ou de gôndola pelo canal para conhecer a arquitetura externa da cidade. Diria, até, que esse é um dos passeios a se fazer por lá.

A possibilidade de se perder é imensa e muito provável. Algumas pessoas dizem que o ideal é andar com um GPS por lá. Eu estava com dois mapas e havia momentos de desespero onde ficávamos completamente perdidos. A cidade é muito parecida, os prédios, idem, e as ruas muito curvas e tortas. Enfim, não é fácil se locomover. Aquelas plaquinhas acima são fundamentais na hora do aperto. Mas a cidade é facilmente caminhável. Diria que andamos um bom tanto dela…

Geralmente voltamos sempre para a parte do mar ou do canal e dali fazemos um caminho conhecido para se chegar ao destino. Mesmo assim, é bastante complicado se locomover.

O grande barato é justamente se perder pelas ruas e canais, aproveitar a arquitetura e o momento de se estar em um lugar tão interessante. O charme de Veneza consiste principalmente no fato de ser muito diferente de todas as outras cidades do mundo.

Existem, também, muitos restaurantes por lá. Atualmente acredito que seja a grande característica da cidade (o turismo). São mais caros que em Roma, e alguns cobram uma taxa de 12% de serviço, além do preço do cardápio (isso não é comum em Roma, por exemplo). Por isso, antes de se sentar, pergunte se existe essa taxa para não ser surpreendido depois.
Além de Veneza propriamente dita, existem as ilhas de Burano e Murano que produzem artesanatos de vidro de ótima qualidade. Não fomos até lá, mas para quem tiver uns dias a mais e quiser, fica também a dica.

Nos mapas, é possível se atingir uma parte de terra, que chamam Lido. Não tem nada lá, apenas uma parte terrestre de Veneza, mais nova e sem charme algum. Eu não iria de novo.

Além disso, também temos o Cassino de Veneza (fica no Grand Canal) e a Basílica e Nossa Senhora de la Salute (fica no começo do Grand Canal, vindo de San Marco). É uma bela igreja e ficar sentado em suas escadarias com vista ao canal é outro ponto interessante…

Uma última dica é sobre as pontes. Veneza tem pontes em todos os lados. É muito improvável que você ande para qualquer lugar dentro da cidade e não se depare com pelo menos uma delas. Todas têm degraus (pelo menos uns 4 ou 5 para subir e outros para descer) o que torna andar com malas pesadas um verdadeiro fardo. Dependendo de sua localização em relação à lagoa, você terá que passar por uma escada com muitos e muitos degraus. Nunca é uma boa ideia carregar malas pesadas por lá. Mulheres certamente terão muita dificuldade…

Faço uma série de fotos da cidade, para que o leitor aproveite. Mas sempre vale ver a cidade com os próprios olhos…